sexta-feira, março 18, 2016

Um asteroide que se converteu em cometa



Na altura da sua descoberta pela Pan-STARRS, em 22 janeiro de 2016, o asteroide 2016 B14 tinha uma magnitude entre 19 e 20 sendo de visibilidade muito fraca (250.000 vezes mais fraca do que a estrela menos visível a olho-nu).

Mais tarde foi considerado um objeto potencialmente perigoso para o nosso planeta uma vez que poderia fazer no futuro aproximações tangenciais, devendo passar agora a 22 de Março apenas a 14  distâncias lunares da Terra.

Entretanto os astrónomos M. Knight, M. Kelley e Silvia Protopapa detetaram o aparecimento de uma ténue cauda de poeiras neste asteroide passando assim a ser considerado um cometa, o P/2016 BA14 Pan-STARRS.

Por coincidência, um outro cometa era suposto fazer a sua aparição em 21 de março com o mesmo período orbital, o 252P/Linear, passando apenas a 9 distância lunares da Terra. Chegou-se a pensar que esta coincidência revelasse apenas e afinal a cisão em dois deste cometa.

Assim, estes dois cometas fazem uma aproximação ao nosso planeta que não era verificada à 246 anos com o cometa Lexel passando a 5,9 distâncias lunares em julho de 1770.

O B14 Pan-STARRS não será visível a olho-nu e, mesmo agora a sua deteção é extremamente difícil.

A imagem obtida por nós, dimensionada a 100% e representando apenas uma pequena zona da imagem global, é o resultado da integração de 25x50 segundos com um apocromático de 66mm a f/6 e uma Canon 350D modificada. Foram adquiridas na noite de 17 março com grande interferência da Lua em quarto crescente e de muita poluição luminosa na periferia de Ponta Delgada. Nesta imagem do cometa foi inserido um mapa estelar produzido com o SkyMap e representando a mesma zona do céu.

O cometa B14 Pan-STARRS assinalado pela seta

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