sexta-feira, julho 06, 2018

Há 21 anos

Fez agora 21 anos que o cometa Halle-Bopp (C/1995 O1), um dos maiores cometas observados e designado de O Grande Cometa de 1997, fez a sua aparição nos céus açorianos.
Descoberto a 23 de julho de 1995 por Alan Hale e Thomas Bopp, só em janeiro de 1997 se tornaria visível a olho nu. A sua visibiliadade era de tal ordem que lembro-me perfeitamente de o ver momentos antes do nascer do Sol.



O seu aparecimento causou impactos de diversa natureza tanto no meio científico como junto à população, de tal modo que levou ao suicidio em massa de 38 seguidores da seita religiosa ovnilógica dos EUA, conhecida por Heaven`s Gate, alegando que deixavam os seus corpos para seguirem uma nave alíenigena que se escondia por detrás do cometa.

O cometa chegou a mostrar a olho nu as duas caudas iónica e de poeiras e em determinada altura a sua rotação era tão intensa que evidenciava a existência de jatos e géisers de gás que criavam ondas de choque rodeando o seu falso núcleo.




O cometa com as galáxias M31 e M34 mostrando as caudas iónica e de poeiras
Estas duas fotos foram feitas junto ao Charco da Madeira onde era possível ter um céu com 
menos poluição luminosa.


Fotografia feita com a Pentax K-1000 no Maranhão das Capelas



As imagens que aqui publico foram obtidas entre fevereiro e abril de 1997, utilizando diversos "setup`s"  disponíveis na altura e que se resumiam a um ETX90 f/13.8, um dobsoniano de 8 polegadas a f/6, a uma camera ccd CWIP-S da Sirius Instruments e a uma Pentax K-1000 com uma objetiva de 135mm. Fazer longas exposições em modo de guiagem manual era uma "obra de arte"! Foi então que decidimos fazer uma plataforma equatorial tendo encomendado a eletrónica à TL-Systems na Califórnia e onde colocávamos o dobsoniano de 8 polegadas.

Entretanto também concebíamos um Star Tracker para montar a Pentax K-1000 e cujo esquema ainda guardamos e que era operado manualmente a uma volta por minuto ... sem causar qualquer vibração com o parafuso altamente lubrificado, com a latitude do lugar conferida e alinhado o eixo polar à estrela polar.







O telescópio Newtoniano em montagem dobsoniana sobre a plataforma equatorial TL Systems e o Sky Vector 1 com um encoder de Altitude e ainda o esquema do Star Tracker com o que resta hoje em dia do aparelho (tudo isto está em condições de poder funcionar novamente!).
Notar o contra-peso e o nivelador no dobsoniano, Este último era utilizado para colocar em estação todo o sistema com a ajuda de dois encoders óticos em Altitude e em Azimute, controlados por um Sky Vector I adquirido na Eftonscience de Toronto.



O géisers e jatos de gás rodeando o falso núcleo







 Tentando mostrar a estrutura interna do cometa com o software existente na altura
por exemplo o Paint Shop Pro (PSP)







 A fotografia digital ainda não tinha feito o seu aparecimento e utilizávamos filmes muito sensíveis que custavam"os olhos da cara" como o Fuji super G plus 800



 A Internet era recente e utilizada sobretudo na área da astronomia constitui uma recordação inesquecível a partilha e publicação destas imagens em diversos "sites" da NASA e de outros onde se fazia a recolha oficial de informação sobre este acontecimento:

http://www.xtec.cat/~aparra1/astronom/hb/fot3975s.htm

https://www2.jpl.nasa.gov/comet/porto16.html

https://www2.jpl.nasa.gov/comet/porto12.html

https://www2.jpl.nasa.gov/comet/porto4.html

https://www2.jpl.nasa.gov/comet/images970415.html

Este seria o meu segundo cometa a ser acompanhado de forma sistemática depois de em 1996 ter seguido e fotografado o Hyakutake (C/1996 B2).


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